quinta-feira, setembro 29
Estar lá
quarta-feira, setembro 28
A Melga azul
Hoje o Público vinha azul. Capa, contra-capa, 2ª página e penúltima página azuis. O azul fazia publicidade à empresa "Melga" (nome fictício) que, como mudou o visual, agora quer que todos o memorizem. Na capa, destaque para uma notícia sobre os sacos azuis de Felgueiras na página 2, escrita com letras brancas em fundo azul.
Não li a notícia. Recuso-me a ler uma notícia onde cada letra de cada palavra de cada frase é um anúncio, por estar com o fundo azul da empresa Melga.
Pior: tanto o título da notícia escolhida para 2ª página, como a chamada que é feita na 1ª página contêm a palavra “azul” (por via dos “sacos azuis” - será que a empresa Melga também está envolvida no caso Felgueiras?). E será que a escolha das notícias que merecem destaque de 2ª página e das palavras usadas nos títulos têm motivações publicitárias e não informativas? Se sim, belo jornal supostamente de referência, que tais concessões faz à sua liberdade de expressão!
Eu sei que iremos ver cada vez mais destas técnicas de marketing “inovadoras” e “de futuro”. Cada vez mais a publicidade se baseia no conhecimento científico sobre o funcionamento do cérebro, por forma a mais eficientemente e de modo inconsciente estabelecer em cada cabeça sinapses que liguem automaticamente a mensagem publicitária ao maior número possível de situações no dia-a-dia. Um dia, ao olhar para o céu azul ou para o sereno mar lembrar-nos-emos da empresa Melga e diremos não “que belo dia” mas sim “tenho de telefonar”. E os jornais, cada vez mais despudorados, usarão itálico ou maiúsculas para acentuar uma mensagem publicitária ardilosamente infiltrada no texto da notícia. Bem-vindos ao admirável mundo Melga!
Não li a notícia. Recuso-me a ler uma notícia onde cada letra de cada palavra de cada frase é um anúncio, por estar com o fundo azul da empresa Melga.
Pior: tanto o título da notícia escolhida para 2ª página, como a chamada que é feita na 1ª página contêm a palavra “azul” (por via dos “sacos azuis” - será que a empresa Melga também está envolvida no caso Felgueiras?). E será que a escolha das notícias que merecem destaque de 2ª página e das palavras usadas nos títulos têm motivações publicitárias e não informativas? Se sim, belo jornal supostamente de referência, que tais concessões faz à sua liberdade de expressão!
Eu sei que iremos ver cada vez mais destas técnicas de marketing “inovadoras” e “de futuro”. Cada vez mais a publicidade se baseia no conhecimento científico sobre o funcionamento do cérebro, por forma a mais eficientemente e de modo inconsciente estabelecer em cada cabeça sinapses que liguem automaticamente a mensagem publicitária ao maior número possível de situações no dia-a-dia. Um dia, ao olhar para o céu azul ou para o sereno mar lembrar-nos-emos da empresa Melga e diremos não “que belo dia” mas sim “tenho de telefonar”. E os jornais, cada vez mais despudorados, usarão itálico ou maiúsculas para acentuar uma mensagem publicitária ardilosamente infiltrada no texto da notícia. Bem-vindos ao admirável mundo Melga!
terça-feira, setembro 27
Este verão
Reencontrámos a Sofia. Boa tarde Sofia, nice to meet you again.
Este verão fui muito original
Este verão gastei muito do meu tempo a resolver problemas de Su DoKu.
Resolvi Su DoKu (s) de jornais alemães, ingleses, espanhóis, franceses e portugueses. Fantásticos Números!
segunda-feira, setembro 26
Este verão que terminou
Este verão continuei a banhos no Mondego. Que nunca me faltem os banhos no Mondego e as tardes nas sombras dos castanheiros.
Este verão fizémos mil milhas pelo Wessex, conduzindo pela esquerda e gritando a cada vez que a estrada encolhia e o carro se aproximava perigosamente das bermas verdes: Bath, Bradford-on-Avon, Salisbury, Wells, Cheddar Gorges, Exmoor…
Este verão fui a Colónia (Cologne, Koeln) passando por Palma de Maiorca.
Este verão que terminou!
Este verão fizémos mil milhas pelo Wessex, conduzindo pela esquerda e gritando a cada vez que a estrada encolhia e o carro se aproximava perigosamente das bermas verdes: Bath, Bradford-on-Avon, Salisbury, Wells, Cheddar Gorges, Exmoor…
Este verão fui a Colónia (Cologne, Koeln) passando por Palma de Maiorca.
Este verão que terminou!
sábado, setembro 24
Os 3 F's em 2005
Fátima, Felgueiras e Futebol.
sábado, setembro 17
Os parvos dos portugueses
Quando, em 2003, a área ardida em incêndios florestais atingiu o extraordinário valor de 425 mil hectares de floresta, mais do dobro do anterior máximo e quase seis vezes mais do que a média anual de área ardida nos anos 80, lembro-me de ter pensado que talvez pior do que ter ardido aquela área absurda era o facto de ficar para a história um recorde deste calibre, que certamente iria ser aproveitado pelos políticos mais chico-espertos para branquear eventuais elevadas áreas ardidas de anos seguintes. Quaisquer descalabros pareceriam brincadeira de crianças quando comparados com 2003.
Na altura achei também que pelo menos 2003 funcionaria como uma espécie de detector de seriedade dos políticos: se alguém tentasse desculpar um mau ano de fogos comparando-o com o ano totalmente desproporcionado que foi 2003, era porque andava a gozar conosco, a fazer-nos passar por parvos, aproveitando-se do nosso desconhecimento da dimensão real da catástrofe de 2003.
Sócrates disse no passado dia 22 de Agosto (no dia seguinte ao incêndio que atingiu também a zona urbana de Coimbra) que apesar do risco de fogos florestais ser maior este ano, a área ardida foi menor do que em 2003. Não quis fazer a comparação com 2004, por exemplo, pois sairia chamuscado. Preferiu comparar com o ano mais negro de sempre, isto quando ainda só íamos em Agosto! Serão os portugueses assim tão parvos? O que é certo é que a ideia de comparar com 2003 ganhou logo seguidores:
“Pelo lado do PS, Miguel Freitas fez as despesas da bancada e do governo, começando por lembrar ao PSD que a área ardida este ano ficou ‘muito longe’ dos 423 mil hectares ardidos em 2003” [Público, 16/9/2005]
Uma coisa é certa: 2005 é o 2º pior ano de sempre em área de floresta ardida e ocorre apenas dois anos depois do pior ano, mostrando que os governos não aprendem nem sequer com as piores catástrofes. Obviamente, este também não aprenderá com a de 2005, a julgar pela atitude que tem tomado. Ainda só vamos a meio desta década mas a área ardida já é muito superior ao total que ardeu na década de 90! E Portugal é o único onde a tendência é para o agravamento, ao contrário do que acontece nos outros países!
Porque acho que as comparações devem ser feitas por forma a melhorar a percepção da realidade e não para induzir deliberadamente as pessoas em erro, ficam aqui os valores de área ardida em Portugal (em milhares de hectares):
[em negrito, os anos que ultrapassaram os 100 mil hectares; com letra grande, os que ultrapassaram os 200 mil]
1980 - 44
1981 - 90
1982 - 40
1983 - 48
1984 - 53
1985 - 146
1986 - 90
1987 - 76
1988 - 22
1989 - 126
1990 - 137
1991 - 182
1992 - 57
1993 - 50
1994 - 77
1995 - 170
1996 - 89
1997 - 31
1998 - 158
1999 - 71
2000 - 160
2001 - 112
2002 - 124
2003 - 426 – o pior ano de sempre
2004 - 130
2005 - 256 (área ardida até 14/9/2005) – o 2º pior ano de sempre
terça-feira, setembro 13
Adivinha
O que é isto?
e isto?
(Dica: "Fogo que arde sem se ver...")
e isto?
(Dica: "Fogo que arde sem se ver...")